Durante a minha caminhada pastoral desfrutei do prazer de auxiliar pastores titulares que merecem o meu carinho e apreço. Na Primeira igreja Batista em Valença, o Pastor Adelson Brandão Santa Cruz (Pastor Titular da Igreja supra), contribuiu notadamente para a consolidação da minha maturação ministerial. Aprendi com este ilustre e notável pastor, que os adjetivos, personalista, centralizador, ditador e opressor, não se adéquam, ao perfil pastoral que Deus arquitetou e planejou para a nossa vida ministerial. Através do caminhar com o Pastor Adelson comecei a valorizar amiúde as possíveis manifestações da multiforme Graça de Deus. A relação saudável e autêntica que construímos possibilitou a minha inserção em algumas comunidades de fé, que doravante, me convidam para ser o portador da Palavra. Enfim, apesar dos desencontros e invernos existenciais que enfrentamos juntos, a nossa amizade heroicamente não sucumbiu diante dos nossos percalços eclesiásticos administrativos, pelo contrário, “tomando um cafezinho com propósito, em sua casa”, sorrimos e celebramos juntos a tão importante “diferença” entre nós.
Em contrapartida, esta realidade apresentada e vivenciada por mim, não é desfrutada por alguns colegas de ministério. O meu desejo é ser objetivo, assaz e elucidativo acerca de algumas questões que merecem a nossa reflexão.
1-A relação entre o Pr Auxiliar e o “status quo” eclesiástico. Em algumas igrejas existem grupos que alguns se auto-denominam “donos da igreja”. Estes irmãos, movidos pelas suas idiossincrasias eclesiásticas, utilizam o “poder” de persuasão sobre o pastor titular para indiretamente ou intimamente repudiar e aniquilar as ações do pastor auxiliar. Na trajetória da “igreja” estes irmãos manipuladores se acostumaram com o “poder”, por isso, não desejam dar lugar aos “novos” e, muitas vezes, nem mesmo ao pastor auxiliar, convidado para contribuir no tocante ao crescimento da igreja. No desencadear dos acontecimentos, os “donos da igreja” sentem-se ameaçados com as idéias inovadoras do pastor auxiliar, e propositadamente articulam planos nefastos, no afã de minar, solapar e afogar os sonhos encantadores do pastor auxiliar. O ponto nevrálgico é que de maneira condescendente o pastor titular torna-se subserviente e cúmplice deste grupo dominante, e começa a perseguir o pastor auxiliar.
O poder tem se tornado instrumento do diabo para destruir relacionamentos entre o pastor titular e o pastor auxiliar. O teólogo Caio Fabio, no seu livro intitulado: Igreja Comunidade Carisma, afirma o seguinte: Os apóstolos não sucumbiram ao fascínio do poder porque estavam mais fascinados pela cruz do que pelas glórias do ministério. Tanto o pastor auxiliar como o pastor titular, precisam romper com as algemas opressoras e as garras gélidas e desumanas do poder e lutar para que a cruz de Jesus seja o ponto de atração e convergência entre ambos.
2-O Pastor Auxiliar e a Cegueira espiritual. “A VISÃO é uma importante dimensão do ministério pastoral” ( Pastor Waldemir Juerke). Liderar, neste tempo, requer muito mais que: conhecimento teológico, habilidade administrativa e domínio na arte de pregar. Diante dos desafios propostos pela sociedade pós-moderna, a “VISÃO” tornou-se elemento imprescindível para a fomentação de um ministério pastoral produtivo, equilibrado, crescente e saudável. A “VISÂO é um ingrediente essencial, que têm moldado a existência da igreja contemporânea nesses últimos tempos. George Barna (autor de O poder da visão e de transformando a visão em ação) define visão como: “Uma imagem mental precisa de um futuro desejável concedida por Deus aos seus servos escolhidos, baseada numa compreensão correta de Deus, do ego e das circunstâncias.” Quando o pastor titular não consegue abraçar e auspiciar a visão que Deus tem dado ao auxiliar, este diminuto detalhe prejudica a caminhada colegiada. Algumas vezes percebemos que a visão do pastor titular tornou-se obsoleta e escrava do saudosismo devido a falta de uma boa reciclagem, impossibilitando o crescimento da igreja. O impasse é gerado quando o pastor auxiliar tenta consolidar a sua visão dinâmica, nesse momento aflora no titular um sentimento nocivo denominado de inveja, conseqüentemente instala-se um clima de competição que culmina na fragmentação do corpo de Cristo. Helen keller afirmou: Pior do que a cegueira é enxergar, mas não ter Visão. John C. Maxwell em seu livro intitulado: As 21 irrefutáveis Leis da Liderança asseverou: Quem tem visão, alcança vitórias. A partir destas considerações, depreendemos, que se a cegueira espiritual dominar um dos pastores do colegiado, abruptamente a igreja será partida ao meio.
3- O pastor auxiliar e o karisma. Secularmente hoje, fala-se muito em carisma na perspectiva de charme. Quando alguém tem uma personalidade encantadora, diz-se que tem carisma. O político que eletriza, que apaixona, o artista que empolga, aquele que fascina, ou que excita a mente com as considerações que faz, são pessoas das quais dizemos que possuem carisma. Entretanto, carisma é um revestimento pessoal, com uma Graça especial vinda do Espírito Santo. Toda a ação da Graça energiza a personalidade humana com uma força adicional. Caio Fábio afirma: Qualquer infusão da Graça que não altere, não mexe, não energize, não adicione, não adube, não enriqueça a personalidade humana, não é absolutamente operação da Graça. Temos percebido que por causa do carisma tanto o pastor titular como o pastor auxiliar podem incorrer no erro de utilizarem o Carisma como instrumento promotor de divisão. Não podemos confundir carisma com personalismo ou personalidade auto-exaltada. Alguns colegas de ministério aproveitam Do CARISMA PARA FORMAR GRUPOS FACCIOSOS DENTRO DA COMUNIDADE DE FÉ. Segundo O pastor Josué Gonçalves não basta apenas ter carisma, tem que ter também caráter. Muitos líderes carismáticos por falta de diligência tornam-se pessoas com caráter deformado. Um pastor titular carismático que articula um plano escuso para exonerar um pastor auxiliar do ministério, revela seu caráter podre. Da mesma forma, se um pastor auxiliar carismático aproveitando de sua influência promove tempestividade ou insurreição no meio da igreja demonstra com esta atitude que o seu caráter precisa ser lapidado e moldado pelo Senhor.
Por fim, quero destacar que as ovelhas sofrem e gemem quando seus pastores estão lutando entre si. As ovelhas estão gemendo porque seus pastores estão procurando curar feridas, mas eles mesmos possuem fraturas expostas. As ovelhas estão gemendo porque os seus pastores estão dividindo o rebanho em vez de ajuntá-lo. As ovelhas estão gemendo porque os seus pastores conhecem mais a arte de tosquiar do que a de apascentar. As ovelhas estão gemendo porque os seus pastores amam a teologização, mas não praticam a devoção. As ovelhas estão gemendo porque os seus pastores não estão conciliando o que dizem com o que fazem.
De mais a mais, que nos lembremos que devemos amar uns aos outros apesar de nossas diferenças.
Com afeto, Pr Oseias Silva dos Santos.
(Pr Titular da Pimeira Igreja Batista de Teixeira de Freitas, Ba, Bacharel em Teologia, Psicanalista Clínico).
O poder faz as se revelarem o sentimentos de sua limitação, quem você? tanto na Politica como na Relegião e Profissional
ResponderExcluirO poder faz as se revelarem o sentimento de sua limitação, quem você ?? tanto na Politica como na Relegião eProfissional
ResponderExcluirGostei do seu artigo, gostaria de que o senhor me indicasse um referencia bibliográfico sobre o assunto pois tenho interesse de elaborar um material teórico sobre o tema: Como ser um bom Auxiliar de pastor, pois a muito tempo sou auxiliar de pastores e vejo uma necessidade de me aprofundar no assunto. Quero aprender para não errar.
ResponderExcluirCordialmente,
Ev. Eduardo Moreira
Parabéns pela postagem tu mostrou que é um pacificador uma pessoa que semeia a Paz e comunhão na Igreja,tu desmotrou que e um homem muito sábio, pastor de verdade tem que ter humildade e caráter não importa se é o 1 Primeiro pastor ou 2 pastor, até porque nosso Deus abate os exaltados e exalta os humildes ne verdade
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